Empreendedorismo na Terceira Idade
Sabemos que o mercado de trabalho não abre as portas para pessoas idosas, na verdade a partir dos cinquenta anos já há dificuldade em se arrumar uma ocupação com registro em carteira, pois há uma desvalorização do trabalho da pessoa mais velha, principalmente hoje com tantos recursos tecnológicos e em meio a uma grande crise financeira. Mas como vivem ou podem viver os aposentados hoje?
Com aposentadorias tão baixas e com os preços de produtos e serviços nas alturas e subindo cada vez mais, fica difícil de pessoas idosas viverem apenas de suas aposentadorias, principalmente quando acometidos por doenças crônicas não transmissíveis e precisam desembolsar dinheiro com as medicações. Como vivem tendo que pagar aluguel, pagar contas, comer, vestir, passear, enfim ter uma qualidade de vida? Pois é, fica realmente muito complicado, especialmente quando este idoso precisa ajudar com as despesas da família, por exemplo, quando o (a) filho (a) estão desempregados devido a crise e precisa colocar comida dentro de casa para alimentar os netos.
Alguns idosos se vêm na obrigação de buscar renda para agregar no seu próprio sustento ou no sustento da família e passam a empreender. Aqueles que têm melhores condições financeiras geralmente abrem um negócio próprio e os que não têm, não deixam de empreender e passam a fazer por exemplo, comida ou doces para vender informalmente.
Eu atuo com idosos em situação de vulnerabilidade social e atendo desde pessoas idosas humildes com pouco escolaridade a aqueles graduados que tiveram boa situação financeira no passado e todos eles não conseguem trabalho, não tem uma oportunidade de mostrar o que sabem e que sempre fizeram, o mercado não lhes dá nenhuma perspectiva e eles para se sustentar acabam aceitando qualquer trabalho, desde panfletagem, segurar placas nas ciclofaixas aos domingos e feriados, vender balas, vigilantes de rua, ambulantes ou até mesmo com montagem de estrutura de eventos para aqueles mais fortes. Eles buscaram formas de sobreviver num mercado que não lhes dá nenhuma chance, mas mesmo assim continuam lutando.
Essa é a realidade de muitas pessoas idosas no Brasil e no mundo, um mundo que esta envelhecendo cada vez mais rápido e com poucas oportunidades para essa população. Os olhares do mundo estão se voltando para os 60+ e isso se dá devido seu rápido crescimento e há grande necessidade de se diálogar e se construir e ampliar políticas públicas de qualidade para essa população.
Incentivar e dar oportunidade de empreender é uma delas, pois além de precisar de uma renda para ter uma melhor qualidade de vida, muitos idosos ainda querem continuar trabalhando, para muitos o trabalho é uma fonte de prazer, pois sentem-se úteis. E porque não juntar o útil ao agradável? Por que não dar oportunidades para os maturis poderem trabalhar fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem?
Brazeal e Herbet(2004) citado por Bernardes e Schmitz (2009) afirmam que "empreendedorismo esta associado com inovação para desenvolver novos meios de visualizar velhos problemas (criatividade), ou provocar novas necessidades ou problemas ou processos complementares aos já existentes (mudanças)..."
Ações que possam engajar a terceira idade no empreendedorismo são essenciais para que eles possam se realizar fazendo aquilo que lhes dá prazer e quem sabe assim despertar novas habilidades e novos conhecimentos e sentimentos.
Conheça as historias das vovós que se tornaram influencia na moda aos 78 e 87 anos. Vovó Izaura, 78 anos, faz grande sucesso e tem vários fãs nas redes sociais ela é presença confirmada na Longevidade Expo + Fórum 2019 / São Paulo dando autógrafos, entrevistas, sessão de fotos e desfile de looks com seus chapéus. Confira no link: https://confraria.empreendedorismorosa.com.br/blog/presenca-confirmada-da-influencer-vovo-izaura-demari-na-longevidade-expo-forum-sao-paulo
Helen Winkle dos Estados Unidos, com 87 anos também é famosa por seus looks e tem vários seguidores no Instagran. Confira no link : https://www.quimioterapiaebeleza.com.br/moda-nao-tem-idade-vovo-que-arrasa/
Essas idosas lindas e apaixonadas encontraram prazer em algo e a partir dai puderam empreender fazendo o que gostam. Devemos estender essa realidade para todos aqueles que têm condições e desejo de ganhar dinheiro, se sustentar e ter maior qualidade de vida com aquilo que gostam e se realizam.
REFERENCIA:
BERNARDES, José Francisco e SCHMITZ, Ana Lucia Ferraresi. AUFSC como apoio ao empreendedorismo na terceira idade: o caso NETI/UFSC. IX Coloquio Internacional sobre Gestão Universitária na America do Sul. Florianópolis - Brasil. 2009