quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O amor e o idoso diagnosticado com demência

O amor e o idoso diagnosticado com demência


O amor é um sentimento maravilhoso!! Quando você se ama, esse amor reflete em todos a sua volta, na família, nos amigos, naquele que cruza a rua com você, no trabalho, ou seja, na sua vida como um todo.

Amar a si e amar o outro é ser capaz de respeitar suas necessidades e limitações. Cada ser é único, cada pessoa tem a sua subjetividade, seus sonhos, seus amores, suas frustrações e seus medos.

Cuidar do outro no final da vida, principalmente quando surgem às limitações e as muitas necessidades, requer muito amor e doação.

                                    Fonte imagem: https://www.clickhelp.com.br/7-dicas-de-como-cuidar-de-idoso/


As demências são:
  • ·       Doença de Alzheimer,
  • ·       Demências Frontemporal,
  • ·       Demência Semântica,
  • ·       Demências com Corpos de Lewy,
  • ·       Doença deParkinson,
  • ·       Demência Cérebro-Vascular.



Cada demência tem sua causa, seus sintomas e evolução, mas no geral, o idoso com demência apresenta prejuízo significativo da cognição, com declínio da memória, da linguagem, perda da autonomia, da capacidade de realizar atividades básicas da vida diária, alteração do comportamento.

Entender que uma pessoa idosa que sofre com algum tipo de demência apresenta limitações e comportamentos alterados e requer um olhar diferenciado para suas necessidades. Ela precisa de cuidado e porque não oferecer um cuidado com amor, carinho, atenção e paciência?

O cuidar requer amor, entrega, empatia e saber lidar com suas próprias frustrações e medos. É necessário ter paciência e manejo com situações delicadas. Se não há amor no cuidado, por mais que haja conhecimento, o cuidado não será adequado, podendo acarretar maus tratos.

Vivenciar a doença de um pai, uma mãe, um avô, uma avó, um ente querido que apresenta os sintomas da demência é dolorido e muito frustrante, o familiar pode sentir-se perdido, pois não há como reverter aquela situação e precisa conviver com o declínio gradativo daquele que ama. Há um desgaste mental e físico no cuidado do ser amado, que se não manejado de forma apropriada pode levar a doenças físicas e mentais ao cuidador.

Em muitas situações o cuidador deixa de amar-se para amar apenas aquele que precisa de cuidado, esquecendo-se de si mesmo, pois não consegue ou não pode naquele momento lidar com suas dores, seus medos, com seu sentimento de impotência diante a situação. Este familiar cuidador precisa encontrar formas de conseguir olhar pra dentro de si e criar estratégias para trabalhar sua dor e seu luto. A psicoterapia pode lhe ajudar a passar por esse momento, procure um profissional que poderá ajudá-lo de forma adequada.

Você precisa continuar se amando, continuar se cuidando para poder cuidar do ser amado, lhe dando muito amor, carinho e atenção.

Certa vez ouvi uma historia que dizia mais ou menos assim. Um casal de velhinhos, ela com demência e ele com autonomia e independência. Ele cuidava dela com todo amor, carinho e atenção, ela já não se lembrava mais quem ele era. Uma pessoa mais jovem perguntou pra ele: “- Por que cuida tão bem dela, se ela nem sabe quem você é?” O velhinho respondeu: “- Mas eu sem quem é ela.”

A pessoa idosa com demência pode um dia vir a esquecer quem somos, mas nosso amor por ela não esquecerá quem ela foi pra nós, nosso amor perpetuará no cuidado, no carinho, na atenção e na paciência.


Referencia: Leonardo Caixeta. Psiquiatria Geriatrica / Organizador. Porto Alegre: Artmed, 2016.

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