O amor e o idoso diagnosticado com demência
O
amor é um sentimento maravilhoso!! Quando você se ama, esse amor reflete em
todos a sua volta, na família, nos amigos, naquele que cruza a rua com você, no
trabalho, ou seja, na sua vida como um todo.
Amar
a si e amar o outro é ser capaz de respeitar suas necessidades e limitações.
Cada ser é único, cada pessoa tem a sua subjetividade, seus sonhos, seus
amores, suas frustrações e seus medos.
Cuidar
do outro no final da vida, principalmente quando surgem às limitações e as
muitas necessidades, requer muito amor e doação.
As
demências são:
- · Doença de Alzheimer,
- · Demências Frontemporal,
- · Demência Semântica,
- · Demências com Corpos de Lewy,
- · Doença deParkinson,
- · Demência Cérebro-Vascular.
Cada
demência tem sua causa, seus sintomas e evolução, mas no geral, o idoso com
demência apresenta prejuízo significativo da cognição, com declínio da memória,
da linguagem, perda da autonomia, da capacidade de realizar atividades básicas
da vida diária, alteração do comportamento.
Entender
que uma pessoa idosa que sofre com algum tipo de demência apresenta limitações
e comportamentos alterados e requer um olhar diferenciado para suas
necessidades. Ela precisa de cuidado e porque não oferecer um cuidado com amor,
carinho, atenção e paciência?
O
cuidar requer amor, entrega, empatia e saber lidar com suas próprias
frustrações e medos. É necessário ter paciência e manejo com situações
delicadas. Se não há amor no cuidado, por mais que haja conhecimento, o cuidado
não será adequado, podendo acarretar maus tratos.
Vivenciar
a doença de um pai, uma mãe, um avô, uma avó, um ente querido que apresenta os
sintomas da demência é dolorido e muito frustrante, o familiar pode
sentir-se perdido, pois não há como reverter aquela situação e precisa conviver
com o declínio gradativo daquele que ama. Há um desgaste mental e físico no
cuidado do ser amado, que se não manejado de forma apropriada pode levar a
doenças físicas e mentais ao cuidador.
Em
muitas situações o cuidador deixa de amar-se para amar apenas aquele que
precisa de cuidado, esquecendo-se de si mesmo, pois não consegue ou não pode
naquele momento lidar com suas dores, seus medos, com seu sentimento de
impotência diante a situação. Este familiar cuidador precisa encontrar formas
de conseguir olhar pra dentro de si e criar estratégias para trabalhar sua dor
e seu luto. A psicoterapia pode lhe ajudar a passar por esse momento, procure
um profissional que poderá ajudá-lo de forma adequada.
Você
precisa continuar se amando, continuar se cuidando para poder cuidar do ser
amado, lhe dando muito amor, carinho e atenção.
Certa
vez ouvi uma historia que dizia mais ou menos assim. Um casal de velhinhos, ela
com demência e ele com autonomia e independência. Ele cuidava dela com todo
amor, carinho e atenção, ela já não se lembrava mais quem ele era. Uma pessoa
mais jovem perguntou pra ele: “- Por que cuida tão bem dela, se ela nem sabe
quem você é?” O velhinho respondeu: “- Mas eu sem quem é ela.”
A
pessoa idosa com demência pode um dia vir a esquecer quem somos, mas nosso
amor por ela não esquecerá quem ela foi pra nós, nosso amor perpetuará no
cuidado, no carinho, na atenção e na paciência.
Referencia: Leonardo
Caixeta. Psiquiatria Geriatrica / Organizador. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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