domingo, 18 de agosto de 2019

Encontros Intergeracionais

Encontros Intergeracionais


Hoje no Parque da Água Branca aconteceu nosso III Encontro Intergeracional, um domingo com muita alegria, muito bate papo e troca de afeto. 



Com a vida corrida nos dias atuais são poucos os momentos de trocas entre as gerações, trocas de afeto, de palavras, de brincadeiras, de saberes e de experiências. Geralmente crianças ficam nas crehes, adolescentes nas escolas,  jovens e adultos trabalhando fora e idosos em casa ou em instituições asilares, um excluido do outro. 





Os Encontros Intergeracionais proporcionam uma aproximação entre essas gerações, que quebram esses paradigmas, eliminam preconceitos e permitem que uma geração possa entrar no mundo da outra. 



Eu atuo com pessoas da terceira idade que residem em um centro de acolhida especial para idosos e há três anos realizo encontros intergeracionais em uma escola estadual que atende crianças de seis a  dez anos. Uma vez por mês levo os idosos para visitarem uma sala de aula, cada mês é uma sala diferente e os encontros são mágicos! As crianças esperam ansiosas pelas visitas, assim como os idosos também ficam ansiosos para irem até a escola. Os mais velhos são recebidos com muito carinho e atenção dos alunos e de toda a equipe. Toda essa troca de energia e de afeto faz muito bem as gerações. Certa vez um idoso passou mal um dia antes da visita, com a glicemia nas alturas e foi para o hospital. Teve alta e não aceitou ficar no equipamento enquanto os colegas iriam ver os pequenos, fez questão de ir, mesmo em recuperação. Outra idosa com dores nas costas também não aceitava não ir, ia mesmo com dores, só deixou de fazer os passeios quando as dores ficaram insuportáveis. Estes encontros fazem bem a saúde física e psicológica de todos os envolvidos, mas vejo que para os idosos atendidos fazem uma grande diferença em suas vidas, retornam com as energias renovadas e com grande brilho nos olhos. 



Ferrigno (2019) cita Cora Coralina (1982) "Eu tenho dentro de mim todas as idades, da criança, da moça e da velha". E observo nesses encontros com esses idosos que já tiveram tantas perdas na vida, um resgate da memória de seus tempos de criança e de juventude, através do olhar maduro, carregado com suas vivências. E assim, compartilham com os alunos essas experiências ao mesmo tempo que aprendem algo novo com  eles.



Hoje no Parque da Água Branca ouvi de um idoso o quão importante são esses espaços e quanto é necessário que a terceira idade saia para ver o mundo e  não fique apenas sentados na sala assistindo televisão. Em outro momento, idosas que não se conheciam e conversavam, uma falou pra outra sobre a necessidade de sair, de cuidar de si, se divertir e preencher seu dia com coisas boas. Essas falas mostram como é importante a participação social da pessoal idosa, o quanto lhes traz bem estar e melhora a qualidade de vida. 

O Parque da Água Branca é um lugar muito bonito e que possibilita essas trocas em meio ao verde das árvores e dos bichos que nos circundam, como por exemplo as galinhas e seus pintinhos e os macaquinhos, hoje haviam três deles passeando pelas árvores e foi uma festa só quando eles apareceram, todas as gerações correndo pra vê-los e admirá-los.



Não fique na sua casa sentado no sofá assistindo televisão e esperando a morte chegar, você está vivo e merece mais da vida, merece ser feliz em meio a todas as gerações. 
Busque próximo a sua casa espaços que possibilitem interação e participação social, o Sesc é um espaço  que tem atividades voltadas para terceira idade, assim como o próprio Parque da Água Branca, que tem até baile da terceira idade. 





Não fique parado, mexá-se, viva e seja feliz.


REFERENCIA:
Ferrigno, José Carlos. Breve Reflexão sobre a intergeracionalidade na pesquisa cientifica. Portal do Envelhecimento, 2019.

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