domingo, 9 de junho de 2019

Participação Social e Envelhecimento

Participação Social e Envelhecimento
 

Segundo alguns estudos existem uma boa relação entre o bem-estar da pessoa idosa e a participação social, levando a uma melhora na qualidade e satisfação de vida. Há uma tendência de permanecer em participação social durante a velhice quando essas atividades já eram realizadas antes do envelhecimento.

Pode haver uma redução na rede social da pessoa idosa devido a uma regulação emocional, a qual ele passa a selecionar suas relações na busca de manter seu bem-estar elevado. Ele seleciona o que lhe é significativo emocionalmente e que possa lhe dar suporte quando necessário e que seja prazeroso e deixa de lado o oposto.

O engajamento social ou participação social se dá em atividades prazerosas para o idoso, as quais ele possa se sentir bem emocional e afetivamente. O declínio cognitivo pode se dar de forma mais lenta naqueles que participam de um maior número de atividades prazerosas e é uma importante ferramenta de prevenção. A realização de atividades mais complexas, o aprendizado de novas habilidades, a possibilidade de aprender sempre, ter acesso a informações são também ferramentas de prevenção do declínio funcional e melhora da saúde mental.

A diminuição das relações sociais são fatores que podem levar ao isolamento social e consequentemente um maior risco de diminuição do suporte social, desenvolvimento de doenças, incapacidades e do declínio cognitivo, aumento das morbidades e da mortalidade. Portanto, quanto menor for a participação social da pessoa idosa, mais rápido será seu declínio motor e funcional.

As fotos foram tiradas no evento do CRP, Cotidiano das Velhices: Conflitos e Conquistas, na UNIP campos Vergueiro em 08/06/19, onde tivemos três apresentações artísticas de idosos, Corporação Musical de São José, Grupo do Núcleo de Convivência de Idosos Viver Melhor e Grupo Harmonia da UBS Sítio da Casa Pintada. Estes idosos têm uma ótima participação social, estão inseridos na comunidade. 






Estudos realizados no Japão, China, Austrália, Europa e EUA concluíram que há muitos benefícios com o engajamento social, porque ele previne o declínio da saúde e a mortalidade. No entanto, quanto maior a idade, menor é a participação social. Homens viúvos tendem a ter uma maior participação social do que os não viúvos e mulheres viúvas têm mais participação do que os homens viúvos. Outro dado colhido foi que atividades sociais com amigos diminuem os afetos negativos e atividades obrigatórias com a família aumentam os afetos negativos.

Estar no meio social propicia melhor qualidade de vida, um pode ajudar o outro a superar alguma dificuldade, pode-se também difundir informações sobre saúde, possibilitando que se busque ajuda profissional. Para NERI e PINTO (2016) “promover engajamento social é uma estratégia de saúde pública”, pois esse estar e conviver junto além de evitar isolamento, depressão e até mesmo o suicídio, possibilita ajuda mútua, aumentando as possibilidades de resolver as adversidades da vida.

E você o que está esperando para se engajar em novas atividades e fazer novas amizades e ampliar as possibilidades de conquistar uma melhor qualidade de vida?




REFERENCIAS:
Kalache, Alexandre. O mundo envelhece: é imperativo criar um pacto de solidariedade social. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 13, núm. 4, julho-agosto, 2008, pp. 1107-1111 Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Rio de Janeiro, Brasil
PINTO, Juliana Martins; NERI, Anita Liberalesso. Participação social e envelhecimento. In: FREITAS, Elizabeth Viana, et al (eds). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koognan, 2016.p. 3440 a 3457. ISBN 9788527729505
PINTO, Juliana Martins e NERI, Anita Liberalesso. Trajetórias da participação social na velhice: uma revisão sistemática da literatura. Rev Bras. Geriatr. Geroltol. Rio de Janeiro, 2017; 20(2): 260-273.





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