sábado, 9 de fevereiro de 2019

A Depressão no Idoso

A Depressão no Idoso


       O envelhecimento é caracterizado por perdas, perdas físicas, sociais, emocionais e financeiras e a pessoa idosa precisa se adaptar a essas novas realidades, porém, cada um responde de uma maneira particular.  Há idosos mais resilientes, que se adaptam mais facilmente as mudanças e aqueles que possuem maior dificuldade e pode apresentar um maior grau de sofrimento.

   Para Beavouir citada por Herédia (2010) há uma negação do processo de envelhecimento devido à proximidade da morte. Para Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, geriatra do vídeo “Como Envelhecer”, a pessoa idosa sabe que vai envelhecer e que precisa se preparar para lidar com as adversidades da velhice, mas ela não se prepara. Essa preparação deve ocorrer ainda na juventude como citado pela médica, no entanto, o receio de pensar na idéia de envelhecer, nas perdas decorrentes deste processo e na finitude da vida, o ser humano prefere deixar pra depois, pra amanhã. E quando o amanhã chega, ele se vê perdido e despreparado para suportar as mudanças, abrindo espaço para tristeza, que se não trabalhada pode levar a depressão.

         A depressão no idoso muitas vezes é difícil de ser diagnosticada, pois é estigmatizada pela tristeza que se diz ser própria do idoso por causa das perdas que sofre no curso da vida. É necessário ter muita atenção aos sintomas apresentados pelo idoso, pois seus problemas cognitivos e as manifestações somáticas ou dolorosas podem ser indicativos de depressão, podendo causar prejuízos funcionais, prejudicando os cuidados das atividades básicas da vida diária. O paciente idoso tem um risco maior de cometer suicídio, por isso se os comportamentos a seguir se apresentarem procure auxilio especializado o quanto antes:
·         Tristeza;
·         Dores;
·         Raciocínio lento;
·         Desanimo;
·         Pouca energia,
·         Falta de iniciativa;
·         Falta de esperança;
·         Dificuldade de enfrentar novos desafios;
·         Perda de interesse por atividades antes prazerosas.






       Estima-se que cerca de 40% dos idosos apresente algum tipo de transtorno depressivo e nessa faixa etária é comum que outras comorbidades se instalem, piorando a saúde e a qualidade de vida.

      Uma das causas da depressão em pessoas idosas é a solidão. Atualmente há novas configurações familiares, muitos desses idosos vivem sozinhos, outros até residem com as famílias, mas os filhos precisam trabalhar, os netos estudam e trabalham e o idoso acaba passando muito tempo sozinho e não tem a atenção que necessita.

    “O desejo de morrer e a ideação suicida podem fazer parte do envelhecimento patológico, mas, em alguns casos, também se manifestam no envelhecimento não patológico.” (Caixeta, 2016, pg. 286)

       As grandes perdas vivenciadas podem fazer com que o idoso questione o sentido da vida e perca a vontade de viver, no entanto, se ele possui boas relações sociais afetivas e consegue encontrar um pertencimento, encontrar o sentido pra sua vida, ele retoma seu desejo de viver e assim consegue uma melhora em sua qualidade de vida.

     A aposentadoria é outra causa que pode levar o idoso a depressão, pois muitas pessoas acabam perdendo seus objetivos na vida quando param de trabalhar. A questão financeira como a diminuição dos rendimentos também mexe muito com o aposentado (a).

      Daí a importância de se preparar para a maturidade como fala a Dra. Ana Claudia Quintana. É necessário que no curso da vida a pessoa cuide bem da sua saúde física e mental, tenha boas relações afetivas, faça amizades e cuide dessas amizades.

       Participe de atividades voltadas à terceira idade, há núcleos de convivência para idosos com atividades grupais que estimulam as relações, estimulam as atividades físicas e cognitivas. Procure estar sempre ativo e cercado por pessoas, ria bastante, haja de forma positiva e esteja aberta para as oportunidades que a vida nos apresenta e desta forma você espanta a tristeza.

        A tristeza pode e vai sempre aparecer, afinal de contas a vida é feita de altos e baixos, porém, você estará preparado para senti-la e aprender algo com ela e assim poderá superá-la e viver bem e feliz.


Referências:
Herédia, Vania. O sentimento de perdas no envelhecimento e a condição de finitude. Memorialidades, nº 13, jan-jun 2010, p. 9-20.
Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, geriatra, vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zcj5DVTciIw
Depressão Geriátrica. Psiquiatria Geriátrica. Organizador, Leonardo Caixeta. Porto Alegre. Artmed, 2016. Pgs. 283 a 295.


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